Raíssa Félix Almeida Bittencourt
Historiadora especialista em Epistemologias do Sul.
Graduada em Direito, especialista em Direito Público: Constitucional, Administrativo e Tributário, especialista em Direitos Humanos e Contemporaneidade e mestre de Ensino e Relações Étnico-Raciais.
Me pergunto quem transformou essa data somente em um dia festivo... Sim, nós, mulheres, gostamos de elogios, rosas, chocolates, mas o que nos incomoda é ter um dia tão diferente da realidade de todos os outros dias. E, talvez, os homens não estejam preparados para essa conversa.
Ao invés de todas as rosas e felicitações, gostaríamos de não ser assediadas, de não ter medo de andar sozinhas. Gostaríamos que nossos parceiros nos escutassem quando conversamos. Gostaríamos de não nos sentir sozinhas, mesmo acompanhadas. Gostaríamos de não ter medo por nossas filhas, netas e sobrinhas que acabaram de nascer.
A história do 8 de Março é bonita, mas está longe de ser uma história festiva.
Em 1910, Clara Zetkin propôs, durante a Segunda Conferência Internacional da Mulher Socialista, que houvesse um dia para que as mulheres pudessem celebrar a solidariedade internacional na luta por objetivos comuns. O 8 de Março só foi definido anos depois, em 1917, porque, nessa data, milhares de mulheres tecelãs de São Petersburgo entraram em greve por melhores condições de trabalho, impulsionando o desenrolar da Revolução Russa.
É sobre isso que queremos falar no dia 8 de Março, um dia para que nossos corpos sejam lembrados como corpos de luta e de resistência – porque precisamos lutar e resistir num mundo onde ainda nos enxergam como corpos para servir, sexualizados, subservientes.
Você consegue entender por que falar sobre luta e resistência tem mais a ver com o dia de hoje? Porque ainda vivemos num mundo onde recebemos um salário menor do que os homens, precisamos lutar para proteger as 185 mulheres que são estupradas diariamente em nosso país, e precisamos lutar para salvar as 4 mulheres que são mortas todos os dias.
O Dia Internacional da Mulher é um dia de consciência política e solidariedade internacional, para que a gente possa viver sem medo, se livrar do relacionamento abusivo, denunciar o colega de trabalho que se esfrega em você "sem querer", para que a gente não tenha medo de caminhar, ir à praia, estar em casa.
O 8 de Março existe para que vocês, mulheres, saibam que não estão sozinhas.
Homens, em vez de rosas, nos escutem, nos respeitem e parem de nos matar.
Raíssa Félix.
Q texto bonito. Muito forte. Seria bom se todos tivessem essa consciência.
Nos mulheres merecemos os Parabéns, todos os dias.
Olá guerreira Rayssa feliz dia das mulheres parabéns pela guerreira companheira e mulher que você é mulher de luta e de conquista
Parabéns guerreira Raíssa pela mulher que você é guerreira companheira mulher de luta